Imagino

Mãos pequenas, mas capazes,

De afagos e ternuras.

Olhos claros de tesouro

Brilhantes emoldurados

Por melenas cor de ouro.

Preferia-te morena.

E dengosa no andar.

Mas deixa, não vale a pena

Tens a altura certa

Para que eu possa gostar.

Mas tens um espírito ladino

Mente viva e ardilosa.

Capaz de espicaçar incautos

Com espinhos aguçados

Lembras-me sempre uma rosa.

Até sinto o teu aroma

Inebriante, quente e audaz.

Vou tentar ser competente

A dissecar o que sentes

Deixa-me ver se sou capaz.

Esmiúças-me os pensamentos

Se estou certo, fico errado

E tiras de mim o que queres

Descrês daquilo que sinto

Como se eu fosse um safado

Mas hei-de moldar-te o feitio

Com engenho mas sem dó.

Também as amoras são doces

Se forem colhidas rubras

E cobertas de algum pó.

Setembro 2009